Você sabe o que pode prejudicar sua saúde?

Você sabe quais ações podem fazer a sua doença autoimune ter sintomas menos controláveis , e até, desenvolver outras patologias?

Qualidade de vida está fortemente ligada a hábitos saudáveis. Por isso, separamos 4 ações que devem ser evitadas por qualquer pessoa, mas principalmente por pessoas que já possuem doenças reumáticas:

  • alimentação rica em processados – muitas doenças crônicas associadas à alimentação inadequada têm aumentado em todo o mundo. Entre essas doenças estão obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias (colesterol alto).
  • noites mal dormidas – podem efetivamente impactar a saúde física, cognitiva e emocional ou ainda serem sinais de doenças bem mais complexas.
  • vícios com álcool e tabaco – costumam comprometer o bom funcionamento do organismo, levando a conseqüências irreversíveis, além de serem fatores inflamatórios para organismo,.O álcool, por exemplo, diminui o efeito de uma proteína que avisa o sistema imunológico quando uma infecção está em progresso, e, ao mesmo tempo, aumenta a atividade de um tipo de citocina que produz inflamações.
  • vida sedentária – é responsável por dores articulares e musculares, problemas circulatórios, cardíacos, obesidade, colesterol elevado e até distúrbios psicológicos.

Manifestações da Boca e Doenças Reumáticas

A prevalência de doença periodontal em pacientes com artrite reumatoide é evidente, ambas são doenças inflamatórias crônicas caracterizadas por destruição tecidual, reabsorção óssea e produção de citocinas pró-inflamatórias.

No Lúpus Eritematoso Sistêmico as aftas são comuns, pouco dolorosas e frequentemente associadas com doença ativa em outros órgãos.

Já aftas dolorosas são sintomas comuns na Doença de Behçet, que são geralmente múltiplas e frequentemente sinal inicial e isolado da doença.

A Síndrome de Sjögren – já falamos sobre essa sindrome aqui – é causa de boca seca, já que nela obeserva-se o comprometimento na produção da saliva.

A doença de Crohn também pode afetar a cavidade bucal dos pacientes e os sintomas incluem alterações da gengiva, dos lábios e úlceras na boca.

A psoríase é uma doença autoimune da pele, e embora não seja comum na boca, as lesões bucais podem ocorrer nos lábios, língua, palato e gengiva.

A Doença de Hashimoto que é uma inflamação da tireoide pode causar inchaço na garganta a ponto de dificultar o ato de engolir.

A Esclerodermia também pode causar problemas para engolir por causa do enrijecimento da pele e da diminuicao da abertura da boca ou por acometimento do esôfago.

São mais de 80 doenças autoimunes, e cada vez aparecem mais pacientes com esses distúrbios.

É MUITO IMPORTANTE ficar atento a sinais do corpo, e em caso de algum dos sintomas descritos, procure um médico com experiência no tratamento desse tipo de doença.

O que você precisa saber sobre a síndrome de Sjögren

A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença autoimune crônica na qual as glândulas produtoras de umidade não funcionam corretamente. A SS também pode afetar órgãos internos.


Não conhecemos as causas da doença, mas sabe-se que certos genes são encontrados com mais frequência em pessoas com SS primária. Exemplos desses genes são os “antígenos de histocompatibilidade” HLA-B8 e HLA-DR3.

Trata-se de doença relativamente comum, embora muitas vezes subdiagnosticada. A SS pode ocorrer sozinha e ou em associação com outras doenças autoimunes, mais comumente lúpus eritematoso sistêmico (LES) e artrite reumatoide (AR).

Várias diferenças podem ocorrer entre pessoas com SS isoladamente e aquelas com SS associada a outra doença do tecido conjuntivo. Devido a essas diferenças, denomina-se SS primária quando ocorre sozinha e SS secundária quando associada a outro reumatismo.

Os critérios para a síndrome de Sjogren incluem:
– Boca seca
– Produção deficiente de glândulas salivares (saliva)
– Olhos secos
– Anticorpos antinucleares
– Fator reumatoide positivo

Como a doença é leve em muitas pessoas, os primeiros sinais de secura da mucosa podem estar presentes por anos antes que a doença se torne claramente evidente.

BOCA
O sintoma mais associado à SS é a secura oral (boca), conhecida como xerostomia. Outros sintomas orais podem incluir:
– Queimação ou rachadura da língua
– Cárie dentária
– Dificuldade para engolir
– Dificuldade em falar sem o uso de lubrificação
– Aumento (com ou sem dor) das glândulas parótidas (glândulas salivares principais localizadas atrás da mandíbula)

O aumento da parótida ou de outras glândulas salivares maiores ocorre em dois terços das pessoas com SS primária, mas é incomum naquelas com SS secundária.

OLHOS
As pessoas geralmente se queixam de uma sensação de areia ou areia nos olhos, especialmente pela manhã. Outros sintomas oculares que podem estar presentes incluem:
– Diminuição do lacrimejamento
– Vermelhidão
– Coceira
– Fotossensibilidade -intolerância à luminosidade, ocorre pela perda das células de revestimento da conjuntiva (ceratoconjuntivite seca)

GLÂNDULAS
A diminuição na secreção das glândulas mucosas do trato respiratório superior e inferior será indicada por tosse seca crônica.
A diminuição nas secreções das glândulas mucosas do trato gastrointestinal pode estar associada à secura do esôfago (garganta), bem como dificuldade para engolir e irritação do estômago.
A secura vaginal pode causar irritação e dor durante a relação sexual.

EXTRA-GLANDULARES

Os sintomas que ocorrem fora das glândulas são observados em um terço das pessoas com SS primária, mas raramente naquelas com síndrome secundária.

Podemos encontrar:
– Dor nas articulações
– Dor muscular
– Febre baixa
– Fadiga
– Envolvimento pulmonar, renal
– Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos).

Além disso, linfomas (tumores das glândulas linfáticas) se desenvolverão em 6% das pessoas com SS primária que têm doença sistêmica.

Anormalidades laboratoriais na síndrome de Sjögren

Autoanticorpos são comuns na SS, 80% daqueles com SS testam positivo para anticorpos antinucleares (FAN).
O fator reumatoide está presente em 75-95%das pessoas com SS.
Outras anormalidades laboratoriais inespecíficas que são comumente observadas na SS são taxas de hemossedimentação elevadas (um sinal de inflamação), anemia leve e baixos níveis de albumina.

Vários testes e procedimentos são empregados para o diagnóstico na síndrome de Sjögren:

  • No teste de Schirmer, um pedaço de papel filtro é colocado no canto do olho para medir o grau de humidade após cinco minutos.
  • O teste de coloração de Rosa-Bengala determina se há inflamação da córnea.
  • As taxas de fluxo da glândula salivar ajudam a determinar se há diminuição da produção de saliva.
  • A biópsia da glândula salivar do lábio pode ajudar a estabelecer o diagnóstico.

Tratamento para a síndrome de Sjögren

O tratamento para a síndrome de Sjogren tenta aliviar os efeitos da secura crônica da boca e dos olhos, aumentando a lubrificação e a hidratação dos tecidos afetados:

  1. A ingestão de líquidos é muitas vezes necessária tanto com quanto entre as refeições devido à diminuição da secreção das glândulas salivares.
  2. Lágrimas artificiais em várias formas ajudam a substituir a diminuição da produção de lágrimas. No entanto, lágrimas artificiais contendo conservantes podem causar irritação.
  3. A obstrução dos ductos lacrimais (lacrimais) com tampões de colágeno temporários ou duradouros pode ser muito eficaz no aumento da humidade da conjuntiva e da córnea.
  4. Agentes orais locais têm sido usados para lubrificação contínua, são as salivas artificiais.
  5. Agentes sistêmicos têm sido usados, com sucesso variado, incluindo pilocarpina 5 mg três vezes ao dia, ou cevimilina 30 mg três vezes ao dia.
  6. A hidroxicloroquina tem sido utilizada para a fadiga e dores articulares associadas à SS primária.
  7. Corticoide e/ou agentes imunossupressores têm sido utilizados para sintomas extraglandulares da SS, tais como: vasculite, envolvimento pulmonar, envolvimento renal. No entanto, os agentes citotóxicos devem ser usados com muito cuidado, pois podem aumentar o risco de linfoma.

Os agentes biológicos não demonstraram melhorar os sinais e sintomas da SS em estudos até agora.

Prognóstico da Síndrome de Sjögren

O curso geral da doença da síndrome de Sjogren pode variar de muito leve a bastante significativo. Indivíduos com SS secundária parecem ter doença mais leve, em comparação com aqueles com SS primária. Como observado anteriormente, pessoas com SS primária parecem ter maior chance de envolvimento extraglandular.

Mensagens finais

O diagnóstico precoce e o tratamento precoce são extremamente importantes na tentativa de prevenir danos aos principais órgãos.
Aprender o máximo possível sobre o processo da doença permitirá que indivíduos com doenças comumente associadas estejam cientes dos problemas e sintomas.
O acompanhamento de rotina com o médico reumatologista é igualmente importante.

Fonte:
https://www.lupus.org/resources/what-you-need-to-know-about-sjogrens-syndrome

Nefrite lúpica: perigosa manifestação do lúpus eritematoso

Em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), o sistema imunológico confunde células saudáveis com invasores estranhos e produz autoanticorpos para atacá-las. Estima-se que 5 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com LES.

A inflamação sistêmica do LES pode levar a complicações em até 50% dos pacientes dentro de cinco anos após o diagnóstico de LES.

Mais de 1,5 milhão de pessoas desenvolvem uma das manifestações mais perigosas do LES: a nefrite lúpica (NL), inflamação dos rins induzida pelo sistema imunológico. Em 10 anos, até 20% dos pacientes com NL podem evoluir para doença renal terminal, uma condição potencialmente fatal que requer diálise ou transplante renal.

O tratamento precoce e a prevenção de crises representam os alvos mais importantes para pacientes com LES com envolvimento renal.

Para que isso aconteça é preciso que a comunicação entre médicos e pacientes seja permanente, que os objetivos de tratamento sejam discutidos, e que o acompanhamento clínico e laboratorial seja regular.

fonte:Anders, H.J. et al. Nat Rev Dis Primers 6, 7 (2020).

Hidroxicloroquina, a aliada no tratamento do lúpus

Falamos muito sobre uso crônico de corticoide, mas a hidroxicloroquina é talvez a medicação que o reumatologista mais use continuamente! Dizemos que “lúpus é igual a hidroxicloroquina”.

A hidroxicloroquina é um medicamento utilizado inicialmente para o tratamento da infecção parasitária por Plasmodium, a malária, de onde veio o nome da classe de medicamentos. São chamados antimaláricos. A hidroxicloroquina é um imunomodulador barato, geralmente disponível e bem tolerado. Esse antimalárico tem demonstrado várias propriedades cruciais para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES):

  1. Diminui a atividade do LES, especialmente na doença leve e moderada, para prevenir a exacerbação da doença e diminuir a necessidade de corticoide a longo prazo.
  2. Os inúmeros benefícios do HCQ se estendem ao período de gravidez e amamentação: menor risco de ativação para a mãe e lúpus neonatal para o bebê
  3. Tem efeitos antitrombóticos e metabólicos, incluindo propriedades hipolipemiantes, que podem contribuir para menor risco cardiovascular.
  4. O uso precoce de HCQ em indivíduos positivos para anticorpos antinucleares pode retardar a progressão para LES.
  5. Impacto favorável significativo nos resultados de longo prazo, como acúmulo de danos e mortalidade no LES.

Com base nesses múltiplos benefícios, a HCQ é agora a base do tratamento de longo prazo no LES, recomendado pelas diretrizes atuais para todos os pacientes, a menos que haja contraindicações ou efeitos colaterais.

Como não existe medicação sem potencial para efeito indesejado, com a hidroxicloroquina não é diferente. Uma ampla gama de efeitos colaterais, como cardiovasculares, dermatológicos, digestivos, hematológicos, metabólicos, oftalmológicos, bem como outros efeitos colaterais raros, foram relatados associados à hidroxicloroquina. Os efeitos colaterais mais frequentes são leves e incluem os gastrointestinais e os cutâneos (pigmentação da pele).

A ocorrência de retinopatia continua sendo o efeito colateral mais discutido e estudado. Os principais fatores de risco para retinopatia são a duração do tratamento, dose diária e cumulativa, doença renal crônica, bem como doença retiniana pré-existente. A triagem oftalmológica é obrigatória, anualmente a partir da linha de base, se houver fatores de risco conhecidos. Para aqueles sem fatores de risco, recomenda-se a primeira avaliação após 5 anos de uso, e daí em diante anualmente.

fonte:Dima A, et al. Hydroxychloroquine in systemic lupus erythematosus: overview of current knowledge. Ther Adv Musculoskel Dis 2022, Vol. 14: 1–25 https://doi.org/10.1177/1759720X2

A psoríase além da pele

A psoríase é uma condição crônica que acomete homens e mulheres em iguais proporções. É caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas que podem aparecer em várias partes do corpo, incluindo o couro cabeludo e as unhas. Tendem a evoluir em crises, desaparecem e reaparecem periodicamente.

Uma ativação acelerada dos queratinócitos (um tipo de célula da pele) leva à inflamação da pele, com formação de placas e descamação. Os sintomas podem ser leves, mas quando as lesões aparecem de forma mais intensa, geram coceira, ardência e descamação excessiva, que somados ao desconforto estético, impactam gravemente a qualidade de vida do indivíduo. Existem diferentes formas de psoríase, com diferentes apresentações cutâneas, por isso a importância do dermatologista para o diagnóstico e definição do tratamento.
A psoríase não é uma doença só da pele, ela pode gerar inflamação nas unhas e nas articulações (artrite psoriasica). E quem tem psoríase tem risco maior de diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras.

Mas vamos abordar aqui artrite psoriásica!

Até 40% das pessoas com psoríase podem desenvolver a artrite psoriásica, com dor, rigidez e edema nas articulações. Pode acometer apenas uma articulação ou várias ao mesmo tempo, e pode afetar a coluna vertebral.

A artrite psoriásica tende a ocorrer em pessoas jovens, entre 30 e 50 anos. Seu diagnóstico é feito por meio de da história clínica e do exame físico, somados aos exames de sangue para pesquisa de inflamação e de imagem para identificação de alterações ósseas características.

Mas calma! Se você recebeu o diagnóstico de artrite psoriásica, saiba que o reumatologista está apto a cuidar da situação da melhor forma e contamos com inúmeras opções de tratamento para controle da dor e da inflamação. Mas vamos ressaltar, o diagnóstico precoce é essencial para evitar dano articular permanente e irreversível.

O que é peso ideal?

A preocupação médica em relação ao peso é bastante compreensível, uma vez que pessoas obesas, apresentam mais problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão, apneia do sono e até de alguns tipos de câncer. E pessoas com peso corporal abaixo do normal também apresentam uma taxa maior de mortalidade.

Portanto, o peso ideal não está ligado à uma questão estética ou padrões culturais, e sim ao peso que uma pessoa deve manter para diminuir o risco de desenvolver doenças, aumentando assim sua expectativa de vida.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) adota o índice de massa corporal, para conseguir fazer o diagnóstico do baixo peso, sobrepeso e da obesidade. O IMC pode ser facilmente calculado a partir de dois simples dados: peso e altura. A fórmula é:

IMC = P/A2 (peso em quilos/altura em metros ao quadrado.)⁣
⁣⁣
Tendo o resultado, você é classificado como: ⁣⁣
-Baixo peso quando menor que 18,5⁣⁣
-Peso normal de 18,5 a 25⁣⁣
-Sobrepeso entre 25 e 29,9⁣⁣
-Obesidade a partir de 30 ⁣⁣

Portanto, o conceito atual de peso ideal, dentro da medicina, está intimamente ligado ao IMC, e o ideal é que você tente se manter dentro da faixa de IMC normal.

Atualmente, médicos e nutricionistas concordam que o peso saudável deve ser individualizado para cada pessoa, sendo esse cálculo apenas um parâmetro e pode estar sujeito a variáveis diversas, como sexo, idade, altura, biotipo e existência ou não de doenças associadas.

Um exemplo é uma pessoa pode possuir pouca gordura corporal, mas muita massa muscular e ser classificada como acima do peso ideal para a sua altura, mas não é prejudicial para a saúde da mesma.⁣⁣

Orientação Atualizada de alimentação para Melhorar Saúde cardiovascular

Uma nova declaração científica da American Heart Association (AHA) enfatiza a importância dos padrões alimentares como forma de evitar e diminuir a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares, e ressalta também o papel crítico da nutrição no início da vida.

Esses padrões alimentares abrangem o equilíbrio, a variedade e a combinação de alimentos e bebidas que são consumidos de forma diária, incluindo o que é preparado e consumido em casa ou fora dela.

As orientações são:

  1. Ajustar a ingestão e o gasto energético para alcançar e manter peso corporal saudável;
  2. Coma muitas frutas e vegetais, escolha uma grande variedade;
  3. Escolha alimentos feitos principalmente com grãos integrais em vez de grãos refinados;
  4. Escolha fontes saudáveis de proteína como:
    a. proteínas de plantas (leguminosas e nozes)
    b. peixe e frutos do mar
    c. produtos lácteos com baixo teor de gordura ou sem gordura invés de produtos lácteos integrais
    d. carne ou aves de cortes magros e não processados
  5. Use óleos vegetais líquidos em vez de óleos tropicais (coco, palma e palma kernel), gorduras animais (por exemplo, manteiga e banha) e gorduras parcialmente hidrogenadas;
  6. Escolha alimentos minimamente processados em vez de alimentos ultra processados;
  7. Minimize a ingestão de bebidas e alimentos com adição de açúcar;
  8. Escolha e prepare alimentos com pouco ou nenhum sal;
  9. Se você não bebe álcool, não comece; se você optar por beber álcool,
    limitar a ingestão;
  10. Siga esta orientação, independentemente de onde os alimentos são preparados ou consumidos.

A divulgação de informações sobre nutrição, e suporte para melhores condições sociais, deve ser tratado como interesse de saúde pública, já que são vários desafios que impedem a adesão da população à padrões alimentares mais saudáveis, tais como o intenso marketing direcionado a alimentos não saudáveis, associado à segregação social e racial, insegurança alimentar e nutricional.

fonte: 2021 Dietary Guidance to Improve Cardiovascular Health

Fatores que influenciam a saúde dos nossos ossos

Apesar da estatura estável dos adultos, o nosso esqueleto está constantemente renovando o tecido ósseo. Ele faz isso para que o tecido ósseo esteja sempre forte, e consiga absorver e se recuperar de pequenos ou grandes traumas.

Na osteoporose, a nova criação óssea não é superior à absorção da camada óssea, fazendo com que o balanço seja negativo, ou seja, com que a quantidade de osso diminua ao longo do tempo. Os ossos ficam fracos e há possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços.

A osteoporose não dá sinais claros de que está se instalando. É uma doença silenciosa. Geralmente o problema só é detectado em estado avançado, quando ocorre uma fratura.

Há alguns hábitos de vida que podem influenciar a ocorrência da osteoporose, como:

  • Envelhecimento (a osteoporose é mais comum nas mulheres após a menopausa)
  • Disfunção da tireoide
  • Doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e lúpus
  • Sedentarismo
  • Alimentação pobre em nutrientes
  • Tabagismo
  • Alcoolismo
  • Deficiência de vitamina D e cálcio
  • Uso de medicamentos como corticoide, anticonvulsivantes, anticoagulantes

Vejam que é muito importante que a osteoporose seja investigada nas mulheres após a menopausa, principalmente após os 65 anos. A osteoporose não causa sintomas de dor, não leva a inchaço nos ossos… silenciosamente, os ossos vão ficando frágeis e pouco resistentes, até que uma queda simples da própria altura resulta em fratura. As principais fraturas ocorrem na coluna ou no fêmur, e nesse último caso é necessário uma cirurgia imediata!

O exame para detectar a osteoporose é a densitometria óssea, um exame que todas mulheres aos 65 anos e todos os homens aos 70 anos deveriam ter a chance de realizar!

Equidade de Gênero na Saúde: Justiça ou Necessidade?

A desigualdade entre os gêneros é uma realidade atual e histórica que resulta nas mais diversas formas de violência, opressão e desvantagens contra as mulheres.

Durante muito tempo, as mulheres exerceram um papel secundário na sociedade principalmente em relação às questões políticas e econômicas. Suas atividades se concentravam no âmbito doméstico, não possuindo poder de decisão em assuntos considerados de maior relevância.

Somente após a Idade Contemporânea (1789 – presente) que as mulheres conquistaram a cidadania, ganhando o poder de participar de forma ativa politicamente. E assim, se fez necessária a implementação de leis e políticas para proteger e garantir os direitos das mulheres.

No Brasil, temos a Constituição Federal de 1988, que prevê que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.

E claro percebemos que muito tem sido foi feito, mas ainda há uma longa etapa a percorrer.

Ainda percebemos a divisão desproporcional entre homens e mulheres em várias áreas da atuação, principalmente postos de comando ou de projeção. A diferença salarial também se faz visível, e ela é ainda maior quando a comparação é feita entre mulheres negras e homens brancos.

MULHERES NA MEDICINA

É inegável que as mulheres têm ganhado vez e voz na sociedade, e a feminização da medicina tem sido apontada por diversas pesquisas como uma das mudanças de maior impacto sobre a profissão médica.

Atualmente as mulheres representam grande parte dos estudantes nas escolas de Medicina e a maior parte dos novos profissionais registrados, mas mesmo assim continuam a sofrer discriminação de gênero, que estão profundamente enraizadas na cultura médica.

A discriminação apresenta-se através de barreiras, e podem ser até sutis, mas que impedem as mulheres de ascender na carreira em condições de igualdade com os homens e reproduzem espaços de formação demarcados por sexo.

O sexismo não pode deixar de ser analisado como um dos fatores de desincentivo às mulheres nas carreiras médicas.

Cabe às sociedades médicas buscar mudança de paradigma para que as oportunidades sejam iguais para todos.

O objetivo não é apenas uma questão de justiça e direitos, mas também crucial para produzir um cenário mais integrado e produtivo que possa oferecer o melhor atendimento aos pacientes.